Processos Comunicação Digital, Cultura de Convergência e Transmedia

Principais características da Narrativa Transmedia e Cultura de Convergência como cultura e forma de comunicação contemporânea
Convergência, CrossMedia e Transmedia, são conceitos de base enraizados na cultura de comunicação moderna onde o entretenimento e arte se conjugam tendo por base um suporte de plataformas tecnológicas multimédia base (áudio, vídeo, gráficos/imagens, animação) estendido com conceitos de hipermédia e potenciado por canais massificado de televisão, e essencialmente Internet e comunicações móveis, para multi-dispositivos de acesso e novas formas de ubiquidade de acesso, mas também de utilização do mesmo conteúdo de formas diferentes, de acordo com a característica do meio de acesso.
Ao nível de CrossMedia, ou mesmo Transmedia, existem modelos de conteúdos/narrativas criadas de base para explorar sob a forma de arte digital este potencial, ou reutilização de conteúdos já existentes para um novo olhar, ou ainda, a adaptação de conteúdos criados, normalmente para livros/filmes/jogos, enquanto estratégia de marketing para suporte a vendas.

Em qualquer das formas, existe de base a tecnologia, o meio de acesso, e essencialmente a história, construída ou reconstruida para se tirar partido de vários universos, personagens e visões da história, criada pelo autor e expandida pelo consumidor, ao nível do que Jenkins refere como inteligência colectiva.  Esta multiplicidade enriquece a interpretação e entendimento da história, pois permite que cada personagem, de acordo com preferências e estilos de cada consumidor e de acordo com cada meio de acesso, tenha uma visão diferente e ajustado ao seu “gosto”, mas tendo como alicerce o mesmo arco narrativo.
Daí que Henry Jenkins, na Cultura de Convergência, refira a “Narrativa Transmedia” enquanto processo de dispersão da história/ficção em múltiplos canais, norteado por um objectivo de criar uma experiência de entretenimento única, mas coordenada de forma a que cada meio possa contribuir para o desenrolar da história.

O mesmo autor, Henry Jenkins, resume de forma clara, o conceito de “cultura de convergência”, designação assertiva e excelente interpretação da sociedade actual dependente de formas de comunicação massificadas e inovadoras, e em constante e rápida evolução. Para o autor, a convergência de mídia enquanto processo cultural não ocorre nas máquinas, mas sim na mente dos consumidores, das suas redes sociais enquanto modelo de interconexão virtual e assente numa interactividade com os conteúdos, que permite não só consumir, mas igualmente influenciar a evolução dos mesmos conteúdos e contribuir de forma colectiva para os mesmos, daí o conceito de inteligência colectiva. Como resultado do desenvolvimento da cultura da convergência nasce a narrativa transmidiática. “A narrativa transmidiática refere-se a um novo modelo que surgiu em resposta à convergência de Mídias, captando as exigências dos consumidores e dependendo da participação activa das comunidades de conhecimento. A narrativa transmidiática é a arte da criação de um universo”.
Daí a natureza das características principais da narrativa transmedia criada para ser compartilhada e multiplataforma (serialidade), com multiplicidade de histórias e continuidade das mesmas sob o mesmo arco narrativo, em modelos conjugados de digital e físico (produtos, performances e parques temáticos), onde se mantem sempre presente uma subjectividade enquanto vários olhares para a história, vista sob o prisma de vários personagens. Ou seja, o modelo correcto de consumo, na sociedade actual.

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